Morosamente correm
água e tempo. Fácil é
metaforizar o tempo
por dados da Natureza.
Água que jorra da boca
do cano de chumbo esvai-se
em velha caleira aberta
cai para o rego
entre pés de feijoeiro.
Acontece
em pormenor um dia algures.
De súbito feijoeiros cruzam-se
ou ventos no encaniçado
passam entre flor e vagem.
As mãos já sem corpo
tacteiam as folhas
acamam no cesto leve
as vagens verdes ignotas.
Serva morta, volta
a crescer da Terra
como as trepadoras.
Fiama Hasse Pais Brandão, in "Três Rostos - Ecos"
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